Influenciadores Além dos likes: O impacto real na comunidade dev
Bora conversar sobre o cenário atual dos influenciadores tech e suas responsabilidades com a comunidade? Como alguém que transita entre desenvolvimento e criação de conteúdo, sinto a necessidade de abordar este tema de forma honesta e direta, mesmo que isso signifique tocar em alguns pontos sensíveis. Não se trata de criticar pessoas específicas, mas sim de propor uma discussão necessária sobre o futuro da nossa comunidade.
O fator "chamar atenção"
O Twitter se tornou um lugar insalubre, disso todos nós sabemos! Estou só aguardando a Fernanda Torres ganhar o Oscar que já já apago o meu. Mas me incomoda o quanto a gente — pessoas com o mínimo de visibilidade dentro da bolha dev — tratou essa situação.
Comentários só para irritar, só para chamar hate, para interagir e ganhar números. Sim, diversas pessoas cresceram lá assim, levaram alguns destes números para outras redes, claro. A verdade é que só se aproveitar do algoritmo, é assim que ele funciona, é assim que cresce, quanto mais cresce mais "comercial" fica o seu perfil — por comercial, entenda negociar com empresas. Um conteúdo por dia, falando nada que de fato agregue, você vai crescendo. Papo de coach, vende curso, aprenda a ganhar em dólar, foda-se o CLT, abaixo o CLT, e por aí vai. Vão cada vez fazendo uma bolha mais próxima, mais forte e mais isolada, que não consegue debater, enxergar ou até mesmo respeitar quem não faz parte dela.
No Twitter isso ficou evidente, algo que no Instagram não se percebe tanto, pelo modus operandi da ferramenta em si. É jogar com a maré. Quero propor um debate do quão ético e moral é isso, sem julgamentos.
Assim, vamos ser honestos desde o começo, é o trampo, é assim que a roda gira. Sabem como o jogo das redes funciona, e sabem muito bem, e abusam disso, não dá pra dizer que é errado.
Mas o problema é que o jogo das redes sociais não tem como objetivo final criar uma comunidade saudável ou gerar conhecimento de qualidade. O algoritmo premia polêmica, confronto e conteúdo superficial que gera engajamento rápido, além de vieses políticos. As redes não se importam com a qualidade do debate ou com o impacto real na vida das pessoas, muito menos com o seu conteúdo que teve todo um processo de roteirização, edição e produção, então continuaremos a ver esse ciclo se repetir.
Só que as redes morrem, vide Orkut, Twitter e TikTok (nos EUA). O que acontece após as redes? Como seu conteúdo perpetua? E quando você as desliga, consegue dormir em paz (se tiver consciência)? Jogar o jogo faz parte, mas é preciso entender o jogo.
Influêncers são tendencia, ignorar é um erro
Sim, há um mercado crescente de influencers no mundo todo, e vamos ver cada vez menos grandes celebridades e sim famosinhos em determinado nicho. Entenda, não falo famosinhos no diminutivo menosprezando, mas colocando a dimensão. Todas essas pessoas, se saírem da bolha, na hora que desligam o celular e vão à padaria, não são reconhecidas. Acho que meu conceito para famoso talvez nem o Iberê, o Leon e a Nilce (grandes nomes no YouTube brasileiro) se enquadrem, são nichados, entende o ponto? Eu realmente não quero diminuir, só dar a dimensão correta.
E isso é bom, significa que as pessoas estão buscando conteúdo mais específico e personalizado, criando conexões mais próximas com quem produz conteúdo, sendo essas pessoas um filtro para lidar com tanta informação e tudo que está acontecendo. Temos uma democratização da influência, onde diferentes vozes e perspectivas podem encontrar seu espaço e público. Isso abre oportunidades fantásticas para compartilhar conhecimento técnico de forma mais direcionada e efetiva.
Como publicitário, não surfar nesse mercado é simplesmente ser o dev que ainda está usando o Windows XP para codar algo em ASP.NET WebForms!
Não é a primeira vez que falo que, como desenvolvedores, estamos moldando o futuro. Quem está na área — e participa de comunidades técnicas em grandes centros como São Paulo e Florianópolis — está a, no máximo, 2 apertos de mão de algum tomador de decisão de que tech usar em alguma grande empresa (nacional ou internacional).
Um jogo interessante para isso é perguntar aos seus amigos qual a pessoa mais influente/famosa/importante (comercialmente falando) que têm no contato do celular. Fico pasmo com os contatos que eu tenho! Hahaha
O público alvo dos influêncers
Não vamos ser leigos aqui, para um mercado de influencers, o que mais se precisa é números, e para isso é criação de conteúdo topo de funil — ou seja, o basicão: "quais linguagens são melhores", "qual a diferença entre Java e JavaScript", "lista de melhores XPTO para trabalhar", "como é o dia a dia de trabalho", "como passar em entrevista técnica". Todos muito válidos, mas especificamente para quem está começando na área ou naquele nicho.
Grande parte do público são pessoas juniores, que estão formando agora o conhecimento do mercado, do know-how, de comportamentos considerados respeitosos na área. Dificilmente, alguém sênior — mais de 10 anos de carreira — irá acompanhar ou se interessar pelo conteúdo técnico dessas pessoas, a menos que seja amigo pessoal (aqui me referindo a influencers, não a referências técnicas). É a bruta realidade, você pode até trabalhar para elevar o nível de senioridade do público, porém você sabe que ao fazer isso irá exigir mais trabalho e qualidade técnica — o que na velocidade que o algoritmo exige — é bem complicado de fazer.
No fim, também não estará tão no topo de funil quanto antes, sendo que haverá menos pessoas interessadas e engajadas. É o equilíbrio entre nichar muito para um tópico versus números (decisão de cada qual).
Influência ou Referência
O que diferencia influencers de referências técnicas são diversos fatores, principalmente sua capacidade de contribuir com conhecimento técnico aprofundado versus apenas reproduzir conteúdo básico de forma atraente ou mais palpável e democrática (trabalho esse importante porque, vamos combinar, ler o Clean Code é um porre e ter alguma pessoa que eu gosto incentivando e trabalhando com conteúdos dele ajuda no processo).
Nota: a crítica também vai para o outro lado — de referências — que precisam entender melhor o funcionamento das redes e facilitar o acesso e entendimento de seus conteúdos.
Referências técnicas geralmente têm anos de experiência prática, contribuem ativamente para projetos open source, escrevem artigos técnicos detalhados e participam da evolução das tecnologias que utilizam. Influencers focam mais na capacidade de comunicação e engajamento, priorizando a forma sobre o conteúdo técnico. Um não exclui o outro.
Claro, há sim, influencers que são referências técnicas e possuem conteúdo bem aprofundado. Não sou hipócrita de colocar todo mundo em uma caixinha e achar que são farinha do mesmo saco, mas uma safra pode produzir bons frutos e ruins — é sobre o que fazemos com os ruins que estamos conversando aqui.
Relações com desenvolvedores
Como Developer Relations, preciso pontuar que geralmente quem faz um bom trabalho na comunidade não está atrás de números em redes sociais pessoais, sendo essa uma métrica que já vi ser negativa no processo de escolha de um Developer Advocate ou alguém de Developer Relations, uma vez que pode indicar que essa pessoa está mais preocupada com sua imagem pessoal do que com o impacto real na comunidade.
O foco deve estar em construir pontes, compartilhar conhecimento e criar valor genuíno, não em acumular seguidores. É uma questão de prioridades e alinhamento com os valores fundamentais do papel de DevRel.
Na verdade, influenciadores tech e Developer Relations têm várias sobreposições em suas funções. Ambos trabalham para construir e engajar comunidades, criar conteúdo educativo e servir como ponte entre tecnologia e pessoas. A principal diferença está no foco e nas métricas que cada um considera de sucesso.
O desafio está em encontrar o equilíbrio entre criar conteúdo envolvente que atraia novos desenvolvedores e manter a profundidade técnica necessária para agregar valor real à comunidade. Um bom influenciador tech pode incorporar aspectos de DevRel em seu trabalho, e vice-versa.
A influência em cima do público alvo
Sempre há uma comédia verdadeira em dizer que a nossa geração é melhor que a mais nova devido à forma como elas se diferenciam no consumo e no perfil do profissional. Estou consciente desse fator quando digo que estamos formando profissionais ruins.
Uma coisa é batalhar e dialogar para que no processo de recrutamento e seleção, o conteúdo das redes sociais do profissional não fosse avaliado (vide #DevsPelades). Outra é dizer para seu público — que majoritariamente está tentando conseguir a primeira vaga e que tem contas para pagar — colocar como foto de perfil algo que as empresas tendem a não gostar (consumindo bebida alcoólica).
O debate aqui não é sobre se isso deveria ser um problema para as empresas, mas assim como se joga o jogo das redes, para conseguir um emprego é importante entender que é assim que a maior parte das empresas funciona atualmente — você querendo ou não.
Ter um nome relevante e um currículo extenso ajuda para que isso não seja um problema, mas quem começa na área e compra essa briga tende a se frustrar na procura de emprego. Ver influencers incentivando um comportamento que ativamente prejudica o seu público é bizarro, e as justificativas de quem vende esse discurso muitas vezes vão transformar essas pessoas em quem não consegue ver além do próprio umbigo.
Profissionais que entenderam — não conscientemente — que podem fazer a empresa refém, voltando à época em que ser o único detentor do conhecimento daquela parte do software da empresa era a sua garantia de não ser demitido. Acham que sabem tudo, que o único curso que fizeram já lhes garante o direito de ir contra quem está há 15 anos na função, seja apagando comentários em PR, seja simplesmente ignorando completamente o processo de code review, seja mandando todo o processo à merda porque criou-se a cultura de que "você consegue acompanhar no board o que estou fazendo" para extinguir reuniões.
Temos profissionais que não entendem a importância da colaboração e do aprendizado em equipe, preferindo agir de forma individualista e até mesmo arrogante. Isso gera mais estresse no ambiente de trabalho, prejudica a produtividade da equipe e, no longo prazo, afeta negativamente a qualidade do código e dos produtos entregues. Essa mentalidade também dificulta a implementação de boas práticas de desenvolvimento e processos que beneficiariam toda a equipe (que precisamos deixar claro, não é só de desenvolvedores, compõe-se também de pessoas técnicas).
Acho que isso é um outro artigo, porém creio que você entendeu meu ponto, não?
A comunidade do influencer
O público de um influencer é a sua comunidade, simples assim, eles formam uma comunidade interessante de pessoas seguindo eles. Essa comunidade pode ser uma força poderosa quando bem direcionada e nutrida com conteúdo de qualidade.
Membros de uma comunidade tendem a já se conhecer, a ter piadas internas e se sentirem parte de algo maior. Isso cria um senso de pertencimento e identidade que fortalece os laços entre os membros, tornando a comunidade mais unida e engajada, nem que seja para chamar a galera para ir ao cinema ou ao parque no Twitter e comparecer alguns pingados de gente. Essas conexões são fundamentais para manter a comunidade ativa e colaborativa.
O grande problema é a quantidade absurda de pessoas que estão vendo os influentes como referências técnicas e comportamentais, e que muitas vezes estes influentes estão pouco se lixando para ajudar a sua comunidade, seja passando conhecimento para frente, seja ajudando na busca por emprego, seja contribuindo tecnicamente para uma comunidade maior — só querem números.
É bizarro ver programadores de carreira sugerirem que usem alguns influencers como mentores de carreira, mesmo eles tendo e incentivando comportamentos que levariam à demissão ou à não contratação.
É aquela velha máxima: a internet só deu voz para algumas pessoas, e elas não têm nada de mais.
É preciso ser responsável e devolver a comunidade
Como influenciador tech, é fundamental entender que, a longo prazo, seu papel vai além de apenas criar conteúdo e acumular seguidores. É preciso ter consciência do impacto que suas ações e palavras têm na formação de novos profissionais e no desenvolvimento da comunidade como um todo.
Ao ganhar visibilidade, você se torna uma referência — não só em hard skills como em soft skills também — para muitas pessoas que estão iniciando na área. Isso significa que suas atitudes, recomendações e comportamentos podem de fato influenciar — daí vem a palavra influencer caso você tenha esquecido — diretamente o desenvolvimento profissional de seu público. Por isso, é essencial manter um alto padrão de responsabilidade e ética em suas interações.
Sim, é questão de ter comportamento exemplar, é parte do ônus do ofício — você é o centro agora das atenções e o que você faz será julgado. Seus acertos serão clamados, seus erros nunca serão esquecidos. Você aceitou esses termos quando se propôs a estar em evidência, o não cumprimento disso causa efeitos desastrosos — e não só a você.
Há uma diferença entre a publicidade vinda de empresas que querem só um público final consumindo o seu produto (como uma loja de roupas por exemplo ou um evento) e de empresas B2D (business to developers) que precisam mostrar valor técnico, seja como marca empregadora, seja como developer tooling, seja para construir autoridade, seja para criar uma comunidade engajada e qualificada. Quando uma empresa B2D investe em influenciadores, ela busca não apenas alcance, mas também credibilidade e capacidade de gerar discussões técnicas relevantes. É por isso que a escolha de parceiros precisa ir além dos números de seguidores, passando longe de comportamentos barulhentos e — às vezes — ofensivos.
Sempre preguei que quanto maior seu número, maior sua responsabilidade.
Quero um puxador de pessoas no evento, não um estrelinha
Quando um influenciador tech participa de um evento como palestrante — ou simplesmente sua visita —, sua principal responsabilidade deveria ser contribuir com conteúdo valioso e engajar a comunidade nas atividades do evento, não se fazer político querendo voto às vésperas da eleição.
O evento não é sobre você sozinho — ou não deveria ser. Te chamam como um puxador de pessoas pro evento, seja isso! Puxe pessoas para o evento, para todas as atividades dele. A maior parte do seu público pagou caro em um evento, se deslocou de cidades, elas merecem poder participar e engajar no evento.
Participei de um evento no último ano, que houve uma palestra de um influencer como keynote, logo após teve uma palestra super técnica mas também cativante de uma mina fantástica na área, que se você passa 5 minutos conversando é uma aula, que você fala "mano, eu nunca vou ser tão bom tecnicamente nisso" o que é geralmente seguido pelo pensamento "porra, preciso estudar isso, quero ser bom assim, vsf!". É motivador essas conversas, estar em ambientes como esse. Dar voz e palco — neste caso literalmente — para alguém assim é benéfico para todos.
Não há nada de errado no influencer sair da palestra — o trabalho dele acabou, fez a palestra — ir para um canto, e claro, sempre — SEMPRE — há quem queira conversar com você, tirar uma foto, fazer networking etc. É importante que faça isso. Mas neste caso, ficou bizarro a fila de mais de 2h de pessoas para tirar foto, foi literalmente um blockbuster — deu volta nos estandes do evento, esvaziou o plenário. A palestra seguinte teve o mínimo de participação, para uma pessoa que é de fato referência técnica. Sentar e apreciar o conteúdo e não ir só pela sua palestra, já ajuda bastante.
Claro, isso não é óbvio, certamente ele não tinha se ligado nisso, e não o julgo, só peço atenção.
É incrível como boa parte da galera que a nova geração de programadores tem se inspirado só entra no local do evento geralmente quando ele está acabando, não sai nem para dar mais do que 50 passos da porta de entrada e vai embora. Não se dão ao luxo de saber quem está palestrando, de ver um conteúdo, de passar nos estandes. Ficam do lado de fora: 1) para tirar fotos; 2) para tentar se vender e 3) para ser vistos como alguém que participa de eventos.
Como alguém que navega ora na programação, ora na criação de conteúdo, eu sei o quanto é difícil ficar atualizado nas boas práticas do mercado. A maior parte dos influencers está trabalhando em alguma empresa e certamente são desenvolvedores qualificados, não há debate aqui nisso. Mas faz uma pergunta técnica avançada para eles, como "como o C# gerencia memória?" ou "como funciona o garbage collector do Java?" e você vai ver que muitos não saberão responder além do básico. Não há problema nisso, afinal ninguém precisa saber tudo, mas é importante ter consciência do seu papel e responsabilidade ao influenciar tantas pessoas iniciantes na área e de fato ser um caminho de entrada para elas na área.
Inclusive, é possível nessa safra encontrar frutos que se fazem de referência, mas no fim não conseguem saber para onde a área em que trabalham está ventando.
É conteúdo e comunidade que formou essa galera que agora sobe no palco e ganha por isso. É conteúdo que essa galera deveria se interessar para fazer um bom trabalho, pois a maior parte ainda tem um emprego fixo e seria burrice largar ele, visto os rumos que Musk e Zuckerberg estão tomando.
Até porque, se não se interessa em estudar ou ver conteúdos mais avançados, como é que você poderá continuar vendendo um curso sem que no próximo ano já não esteja defasado? Claro, há como estudar fora dos eventos, mas se tem o interesse genuíno desse estudo, vai querer chegar ao dev que fez tal feature e conversar com ele.
Uma destas oportunidades é o MVP Summit, que é um dos maiores eventos de tecnologia da Microsoft, onde MVPs (Most Valuable Professionals) de todo o mundo se reúnem para aprender as próximas novidades, passar feedback — muitas vezes moldando o que a própria Microsoft faz —, ter inspirações de como compartilhar conhecimento e se conectar com a comunidade. É um evento que, se você genuinamente utiliza ou presta consultoria sobre um dos produtos da premiação, você seria o primeiro interessado em conversar com a equipe — em tempo de desenvolvimento — para que se molde de acordo com o que você sente que falta na comunidade.
Não, a Microsoft não paga para participar deste evento, e há sim um debate válido se deveria (eu acho que sim). Mas não ir porque acha que ela está pedindo para você fazer só publicidade nos seus stories, você se enganou bastante, pois eles não estão nem aí para isso — inclusive pedem para não compartilhar nada do evento. É o conhecimento técnico que conta aqui — e é uma vergonha ter esse acesso e não se interessar nele.
Formato dos eventos
Inclusive, enquanto estou falando disso, deixa eu aproveitar para falar o quão bizarro é pagar mais caro para sentar mais perto do palco. O dev rockstar está de roupagem nova? Difícil não chamar de dev de palco.
Evento pagar para essas pessoas palestrarem — com equipe! — enquanto quem tem conteúdo técnico de verdade e não é puxador de pessoas está pagando para ir no evento para palestrar gratuitamente. Inclusive, grandes nomes como autores de livros, contribuintes verdadeiros do OSS, staff engineers de ferramental gigante que usamos todos os dias não recebem um centavo, e ainda — às vezes — precisam ver seu nome ser divulgado como uma mensagem parecida com "essa pessoa está palestrando só porque ela submeteu uma palestra legalzinha e uma cota das palestras são de submissão da comunidade". Não, mermão… é uma honra tua ter ela, e ela ter submetido uma palestra!
O teu futuro como influencer
Não é questão de se você concorda ou quer devolver para a comunidade, é questão de se afastar cada vez mais dela, se tornando real a expressão: "cagar onde você comeu". Você está ajudando a construir uma comunidade falha, irresponsável. Pode parecer pouca coisa, e é nos detalhes mesmo, sabe?
Deixa eu dar um exemplo de comunidade irresponsável que também foi construída nesses "detalhes" e que foi de base em termos de responsabilidade: igrejas.
Disclaimer final
Não, este texto não é sobre uma ou duas pessoas específicas, é sobre o sentimento de quem trabalha perto de comunidades, de produção de conteúdo técnico (não entretenimento puro), que preza por diversidade, acessibilidade, democratização da informação e inclusão.
Mais ainda, alguém que não quer que o ambiente de trabalho daqui 5 anos seja infestado de pessoas sem o mínimo de responsabilidade por terem só ouvido alguns influencers e feito alguns cursos e já acharem que são donos do mundo. Tudo que estou pedindo é ajuda, para que sim, o nosso ambiente de trabalho seja melhor, que possamos colocar foto de cerveja na bio do LinkedIn etc. É que há uma maneira melhor de conseguir isso e não estamos chegando nem perto dela.