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Você tem o direito de definir as regras para o seu negócio

Você tem o direito de definir as regras para o seu negócio

#opiniao#dev#cotidiano#devrel
por vítor norton, em 28/11 às 00h00

Você tem o direito de definir as regras para o seu negócio

Outro dia veio esse sujeito, que não irei nomear, querendo que eu fizesse um site para ele e ele pagaria bem. Mas eu recusei. Não me entenda mal, mas eu estou cercado de clientes incríveis que são verdadeiros amigos, que eu saio das reuniões com alto astral e me sentindo capaz de dominar o mundo. Não foi o caso desse possível cliente.
Eu resolvi não fazer o site de ecommerce para esse cliente pois senti que não iria chegar na metade da expectativa dele. Sabe, aquela frase tão infame da Dilma: “Quando chegar na meta nós iremos dobrar ela”, pois é, aqui é assim. É uma meta real, uma meta que esse cliente não iria conseguir. O investimento seria caro demais para pouco retorno. Precisava do dinheiro? Sim. Mas daqui alguns meses ele viria até mim dizendo: não estou recebendo o que eu esperava então quero o meu dinheiro de volta [sim, isso acontece folks]. Recusei e fui para casa.
Ah quem diz que eu fiz besteria e que eu não poderia ter recusado, mas pior do que isso, há empresas que não irão recusar fazer esse serviço. Irão desperdiçar o dinheiro do cliente e mão de obra com algo que não dará retorno pro cliente. O que há de errado em pensar primeiro no cliente?
Todas essas regras sobre engajamento com clientes, formas de lidar com eles, e todas essas palavras chaves: “Como você conversa com clientes” “Como negociar com o cliente”. Essas regras são uma merda. Elas são de décadas atrás. Elas foram inventadas por alguém nos anos 1900, no início dos anos 1900, são a opinião de outra pessoa. É assim que você deve lidar com os clientes, quando o motor a vapor estava envolvido. O tempo passou, e essas regras são opiniões de outra pessoa. Você tem o direito de definir as regras para engajamento de clientes para o seu negócio. E não existe resposta certa ou errada sobre como fazer isso.
Pouco antes da B-WEB fechar e eu trabalhar somente com o meu nome exposto, me disseram que eu não sabia vender. De fato, não sou especialista nisso nem pretendo ser.  Mas aqui vai o que eu aprendi: nunca minta ou prometa nada para um cliente. O sucesso do cliente é o seu sucesso. O que isso quer dizer? Quer dizer que você vai precisar analisar o mercado dele, vai precisar criar maneiras e mecanismos para entender o que ele precisa para alavancar a marca e as vendas dele. Quer dizer que você vai passar maior parte do seu tempo estudando formas de melhorar o negócio dele do que realmente programando.
Ok, mas até aí você provavelmente já sabia ou era óbvio demais, afinal, todos empreendedores de palco dizem o mesmo. Mas aqui vai outra coisa: não mentir não é o mesmo do que ser sincero. Perdi as contas de quantas vezes disse para um cliente: “Eu não sei fazer isso”“Não tenho capacidade para fazer isso” e “Eu não vou entregar isso a tempo”. Mas, mais importante, eu disse diversas vezes: “Isso não vai funcionar”“Você não vai querer espantar seus clientes com música tocando no seu site” e “Isso que você quer, ninguém usa, é pior que Comic Sans”. Seja sincero com seus clientes desde o dia zero. As grandes empresas e grandes corporações estão preocupadas demais com dinheiro para poder ser sinceros.
Nós vivemos em um tempo onde as pessoas nunca viveram tão separadas. Apesar das mídias sociais e de nós estarmos ativos nas redes sociais, e ficarmos engajados com humanos 24 horas. Nós estamos sozinhos. Porque nós sentimos que não somos ouvidos. E os clientes são a mesma coisa. Dê ao cliente o que ele quer, o que ele quer de coração. De ser apreciado, validado, de fazer parte de algo. Você terá o coração dele. Você terá a alma dele. E uma vez que você tem o coração e a alma da pessoa, você tem a mente delas. E ai o cliente vai querer participar com você, ser seu amigo.
Clientes são humanos, são primeiramente humanos, e como todos os humanos, eles querem o que todos queremos, além de todas as necessidades especiais.
Eu posso não saber vender bem, mas estou aprendendo sempre, e não saber vender me trouxe clientes fiéis, que acreditam no meu negócio da forma como acredito no deles. Clientes que entendem que o tempo mudou, não é mais suficiente para uma empresa de ter só um produto ou um serviço. Mas não é suficiente ter só isso.